ilustrações, reflexão

Parábola da escadaria – Reflexão Espiritual

Numa noite dessas eu tive um sonho.

Eu me via diante de uma grande escadaria, e ela ia da terra ao céu. Seus degraus eram de ouro puríssimo e no final dela existia um trono, envolto em luz incomparável, e ALGUÉM assentado sobre ele.
Era possível ouvir uma música celestial vindo do alto, de onde estava o trono, e eu, atraído por aquela glória comecei a subir a escadaria, degrau após degrau.

Havia momentos em que me sentia impaciente, pois parecia que o tempo estava passando eu não iria conseguir chegar ao topo. Então eu corria. Queria pular degrau, mas eles eram largos demais e eu não conseguia. Depois de algum tempo cansei de correr. Então cansado parei.

O trono ainda parecia tão longe, tão distante. Permiti que o desânimo tomasse conta de mim. Então comecei a descer a escadaria que outrora subia. Na descida acabei trocando os degraus. Tropecei. Caí. Rolei escada abaixo. Quando dei por mim, estava novamente no mesmo lugar onde havia começado a subir. Olhei para mim mesmo. Ferido, machucado, quebrado. Então pensei “Isso não é para mim”.

Com dificuldade coloquei-me de pé e virando as costas decidi partir. Foi quando ouvi a música novamente. Virei e olhei para o alto mais uma vez. A luz brilhava mais forte, como que me convidando a tentar mais uma vez. Tentei resistir, mas não consegui.

Novamente comecei a subir. Degrau após degrau. Agora sem pressa. Um de cada vez. Quanto mais alto eu subia melhor eu enxergava e melhor ouvia. Mesmo sem correr, mais uma vez me cansei. Mais uma vez pensei em voltar, considerei desistir, mas no mesmo instante me lembrei da queda. Olhei de novo o alto, desejei novamente chegar lá.

Fechei os olhos por alguns segundos e de repente senti uma mão no ombro. Abri os olhos, não vi a ninguém, mas aquela presença ainda estava ali, invisível, real. Ela me acompanhava na jornada. Então eu subia, subia, subia e subia.
Então acordei.

Na verdade não entendi muita coisa, mas aquela presença no sonho.
Ainda sinto ela comigo.

daqui.

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palavra

Jesus não é substantivo, é Verbo

Uma texto muito impactante do meu amigo Anderson Reis que pode ser visto em Reflexão Espiritual

Terça-feira, 13 de Maio de 2008
Jesus não é substantivo, é Verbo

Lembro-me que no tempo de escola nunca fui muito bom em português. Aliás, em português, matemática, química, física …, bom, é melhor parar por aqui. Nessas matérias sempre passei beirando o precipício, mas graças a Deus nunca caí nele.
Folheando as páginas da Bíblia esses dias no Evangelho de João, logo no primeiro versículo do capítulo 1, parei diante de uma afirmação a respeito de Cristo que me fez lembrar a gramática portuguesa. Lá está escrito “No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus”. No original a expressão usada para designar o Verbo é “Logos”, que significa palavra, mas traduzida para nossa língua, a melhor expressão é realmente Verbo, porque palavra pode ser qualquer coisa, um substantivo. Substantivo é uma palavra estática, sem dinâmica, sem vida. Sendo assim Cristo não pode ser qualquer palavra, mas sim um Verbo, ou melhor, o Verbo, porque Verbo designa ação, estado, mudança de estado ou fenômeno. O verbo está sempre em movimento, trabalhando, agindo. Por isso, Cristo é o Verbo. Jesus disse “meu pai trabalha até agora e eu também”.
O verbo é a essência. Elimine os verbos e o que resta? Tire os verbos e o que sobra? Confusão, incoerência. Os verbos dão sentido a frase, à comunicação. Jesus, O Verbo, dá sentido a vida. Tudo foi feito por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Jesus é o Verbo de Deus, é o Pai agindo em amor, graça, misericórdia e perdão.
O verbo pode ser singular e também plural. Jesus é singular porque é único. Não há ninguém maior, ninguém melhor, ninguém que se compare. Quem falou como Jesus? Quem viveu como Jesus? Quem amou como Jesus? Ele é singular porque tem que ser único para cada indivíduo, intimamente e pessoalmente, mas também tem ser plural porque é para todos: grandes, pequenos, ricos, pobres, jovens e velhos. O Verbo deve ser conhecido de todos, pois conhecendo o Verbo o homem se vê livre da ignorância, livre do seu analfabetismo espiritual.
Para quem não sabe, verbo também tem tempo e modo. O verbo sabe lidar com nosso passado, ele conhece bem nosso presente e pode preparar nosso futuro. Jesus, o Verbo é o mesmo ontem, hoje e eternamente. O passado ele esquece, no presente ele transforma e do futuro ele cuida e mesmo em qual tempo for o Verbo tem modo. Ele é indicativo e pode estar na primeira pessoa falando dele mesmo “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”, “Eu sou a porta”, “Eu sou a luz do mundo”, “Eu o Pão vivo que desceu do céu”, “Eu sou a ressurreição” … Como subjuntivo ele questiona, pergunta, indaga “Que dizem os homens a respeito de mim?”, “Crede que eu possa fazer isso?”, “Quando pois vier o Filho do homem achará fé na terra?”. No modo imperativo ele ordena, determina. Aos demônios diz o Verbo “Cala-te e sai dele”. Ao morto Lázaro ele fala “Sai para fora”. A filha de Jairo ele manda “Menina, a ti te digo levanta-te”. Ao pecador e conclama “Arrependei-vos” e “Entrai pela porta estreita”. Ao ansioso ele diz “Olhai para as aves do céu”. Ao materialista ele ensina “Buscai primeiramente o Reino de Deus”. É o verbo com autoridade e poder.
O Verbo também pode estar na segunda pessoa e pode falar a nosso respeito. Ele pode dizer “Necessário vos é nascer de novo”, “Eu vos escolhi e vos nomeei pra que vades e deis fruto”, “Eis que estou convosco todos o dias até a consumação dos séculos”, “vos sereis meus amigos se fizerdes o que eu vos mando”, “aquele que tem os meus mandamentos e o guarda esse é o que me ama”.
Mas o verbo também pode estar na terceira pessoa e quando isso acontece o Verbo que nos ensina a tirar o foco de nós mesmos e olhar para o lado, pois o “ele” é o nosso próximo. E em relação ao próximo diz o Verbo: amai-vos, perdoai-vos, suportai-vos, não faleis mal um dos outros, comunicai as vossas necessidades, orai uns pelos outros, confessai “. O verbo nos ensina a não adorarmos o “eu”, porque o único “eu” que pode ser adorado é, o próprio Verbo.
O Verbo também fala de “nós”, na primeira pessoa do plural. Isso fala do Verbo Jesus e sua noiva. A ela diz o Verbo “Levanta-te, amiga minha, formosa minha e vem” após isso sua amada responde “Eu sou do meu amado e o meu amado é meu; ele se alimenta entre os lírios”. É o Verbo em verso e prosa. O verbo discorrendo um romance. É o Verbo em amor.
Mas ainda não acabou, pois o Verbo não deixa de falar na sobre “vós” na segunda pessoa do plural. O “vós” fala do posicionamento da noiva, a igreja em relação ao mundo. E assim diz o Verbo “Vós sois o sal da terra e a luz do mundo”, Nós igreja, somos apenas substantivos à serviço do Verbo e devemos ser usados como e quando ele quiser nos usar.
E por ultimo o Verbo se expressa na terceira pessoa do plural, “eles”. Isso representa o que Cristo, O Verbo fala sobre o mundo, “dispersos como ovelhas sem pastor”, “em trevas”, “perdidos”, “Debaixo da ira de Deus”. Mas quando “eles” se encontram com o Verbo algo muda, porque Cristo como Verbo sempre muda o estado. Sem o Verbo perdido, com o Verbo salvo, sem o Verbo distante de Deus, com o Verbo reconciliado com Deus, sem o Verbo velho homem, com o Verbo nova criatura. Para isso basta o “sujeito” passivamente receber a ação Verbo na Cruz e responder ativamente arrependendo-se de seus pecados e entregando sua vida deixando-se ser conjugado por Cristo o Verbo da Vida.

E o Verbo se fez carne e habitou entre nós e vimos a sua glória cheio de graça e verdade.

Pense nisso.

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